A cirurgia robótica no Brasil já pode ser considerada uma realidade. Com 57 sistemas instalados no país, número alcançado em três anos, quando houve o boom da cirurgia robótica pelo mundo, o procedimento tem como principal característica ser menos invasivo e proporcionar um menor tempo de recuperação, comparado ao procedimento convencional, via laparoscopia, por exemplo.
Um dos médicos que mais se dedica a divulgar a especialidade é o gaúcho André Berger, que, com apenas 40 anos, já contabiliza mais de 2.500 cirurgias robóticas realizadas pelo mundo. Radicado na Califórnia, onde reside e trabalha como professor de Urologia na University of Southern California (USC) há mais de 10 anos, o profissional se divide em viagens constantes ao Brasil, onde segue compartilhando sua experiência como chefe do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS). PUBLICIDADE
O seu interesse em cirurgia robótica foi despertado a partir da laparoscopia, ainda durante a sua residência em Urologia no Brasil. Após esse período, Berger teve a oportunidade de ajudar a desenvolver diversos procedimentos inovadores na área, principalmente na Cleveland Clinic e na University of Southern California. Dentre os programas desenvolvidos para países como o Brasil, Itália e Estados Unidos, vale destacar o programa de cirurgia robótica de câncer de bexiga do Regina Elena National Cancer Institute, em Roma, além de um programa de cirurgias robóticas complexas da Rede D’Or,em São Paulo, Rio de Janeiro e no Recife. Mais recentemente, em junho, o médico iniciou mais um programa de cirurgia robótica em Londrina, no Paraná junto com equipe local.
No campo acadêmico, Berger se destaca pela inovação e o desenvolvimento de programas, junto com o treinamento de colegas, somado as mais de 50 publicações na área, como ”Cirurgia robótica para câncer de próstata sem necessidade de internação hospitalar “, “Nova técnica de reconstrução em prostatectomia robótica para hiperplasia de próstata” e “Cirurgia robótica para câncer de bexiga com reconstrução intracorporea”, só para citar algumas.
Vale destacar que os desfechos positivos para os pacientes em cirurgia robótica estão diretamente relacionados à experiência do cirurgião que está conduzindo o caso. Os desfechos documentados e publicados pelo Dr. André e seu time são equivalentes ou superiores as melhores séries mundiais.
Para o profissional, o futuro é agora. André Berger também acredita que a colaboração multidisciplinar é fundamental e que os melhores cérebros devem trabalhar em conjunto para resolver os maiores problemas da humanidade, e o câncer é um deles.
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