Há quase um ano, o Governo Federal sancionou uma lei que permitiu a adoção da telemedicina enquanto durasse a pandemia do coronavírus. Naquele momento, muitos acreditavam que a pandemia durasse poucas semanas. Com o avanço do vírus e medidas de isolamento social, a telemedicina tornou-se uma das principais formas de prestação de serviço médico, utilizando a tecnologia a seu favor.
A telemedicina tornou possível que façamos assistência médica e prevenção de doenças de forma on-line, dando suporte aos pacientes, possibilitando, inclusive, a prescrição de medicamentos e atestados. É importante salientar que a telemedicina não fica restrita apenas aos cuidados básicos de saúde. Hoje, com as ferramentas que temos à disposição, como a videoconferência, por exemplo, também pode ser um instrumento útil no tratamento oncológico.
Em minha especialidade, a urologia, a assistência médica também pode ser realizada de forma on-line, com interação direta entre médico e paciente. Tenho tido boas experiências com esse modelo. Outro modelo interessante para o tratamento oncológico são as consultas médicas de forma compartilhada, em conferência com três profissionais: cirurgião, médico encaminhador e pacientes. Dessa forma, o diagnóstico pode ser mais completo pois permite a avaliação de diferentes profissionais, que conseguirão definir, em uma mesma consulta, possíveis tratamentos e abordagens para intervenções cirúrgicas, se necessário.
Além de servir como assistência médica, a telemedicina serve como fator de prevenção, uma vez que muitos brasileiros não estão comparecendo aos consultórios médicos devido às medidas de isolamento social. Independente do meio em que são realizadas, a relação entre médico e paciente deve permanecer a mesma, com respeito, integridade e sigilo profissional. Depois de um ano, acredito que a telemedicina já entrou para a rotina da classe médica e, com os resultados positivos que estamos colhendo, poderá continuar vigente no Brasil mesmo depois da pandemia.