A pandemia tem exigido a adoção de novas medidas para garantir a segurança de pacientes, familiares e profissionais da saúde. Um dos cuidados tem sido assegurar a disponibilidade de equipamentos de ventilação mecânica, leitos e equipes cirúrgicas para o atendimento dos casos confirmados de COVID-19. Cada especialidade médica possui suas peculiaridades e, por conta disso, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lançou um guia com orientações sobre a marcação ou adiamento de cirurgias eletivas.
Ao lado de outros colegas urologistas, fui convidado a contribuir para este documento. O material foi elaborado a partir de recomendações divulgadas por pesquisadores e outras Sociedades internacionais, com o objetivo de auxiliar pacientes, médicos e gestores de saúde na tomada de decisão.
A SBU reconhece a inviabilidade de regras rígidas no atual cenário e reforça que as decisões devem sempre envolver a opinião médica e a participação do paciente e/ou familiares. Adiar o ato operatório pode, eventualmente, interferir na evolução do problema e gerar insegurança para quem espera um tratamento ou mesmo uma investigação cirúrgica.
Acesse as recomendações para cirurgias uro-oncológicas e procedimentos endourológicos.
Confira as principais orientações:
- Converter as consultas em telemedicina sempre que possível
- Ao optar pela realização da cirurgia, deve-se solicitar que seja incluído no consentimento informado o risco de contágio viral durante o período de hospitalização
- A equipe envolvida no ato operatório deve ter a preocupação sobre a sua segurança e ter disponibilidade de usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para diminuir riscos de contágio
- Salas cirúrgicas com pressão negativa devem ser utilizadas sempre que disponíveis
- A cirurgia deve ser realizada pelo membro mais experiente da equipe e com o menor número possível de pessoas na sala
- Ao final do procedimento, desparamentação deve ser feita com a técnica adequada, lavagem rigorosa de mãos e, em algumas situações, banho no centro cirúrgico ou hospital, trocando sempre o pijama cirúrgico entre os procedimentos
- Em caso de dúvidas ou falta de equipamentos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deverá ser informado a respeito
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